Os escravos que saíam do porto de Ouidah (Benin) rumo ao Novo Mundo eram levados antes à Árvore do Esquecimento, plantada pelo rei Agadja, em 1727. Em torno dessa árvore, os homens deveriam dar nove voltas, e as mulheres sete, para que se esquecessem de suas origens, sua identidade cultural, suas referências geográficas. Sabiam os mercadores de escravos que a memória é arma poderosa de resistência, ferramenta de identidade e instrumento de criação. Mnemósine, deusa grega que é a personificação da Memória, não por acaso é a mãe das Musas.